A relação entre Turismo Criativo e Cidades   Criativas foi ponto central na mesa redonda que encerrou  a programação da   manhã desta quarta-feira, 23, da 1ª Conferência Brasileira de Turismo   Criativo, que se realiza em Porto Alegre e reuniu, no palco do Theatro   São Pedro, Caio Carvalho, ex-ministro de Esporte e Turismo e ex-presidente da   São Paulo Turismo, e a autora da primeira tese brasileira de doutorado sobre   Cidades Criativas e desenvolvimento, Ana Cala   Fonseca. 
Pensar o turismo - Considerando o evento   promovido por Porto Alegre como "oportuno para oxigenar as cabeças que pensam o   turismo brasileiro", Caio ressaltou a forte competição dos destinos na busca de   novidades que os diferenciem e atraiam fluxo turístico. Segundo o palestrante,   hoje, no Turismo, a sociedade da informação dá lugar à sociedade do emocional,   em que ninguém mais "quer ser todo o mundo". "Uma cidade é criativa por conta de seus talentos, e a   cidade criativa só será um destino criativo se souber trabalhar essa conexão",   ressaltou Caio, que alinhou alguns preceitos para esta combinação de   cidade/destino criativo: ser tolerante com movimentos inovadores e culturais;   comprometida e abraçada à cultura; que valoriza e preserva seus valores   e entende a criatividade como um valor social; um lugar onde as pessoas se   sintam personagens de seu desenvolvimento; cidades que conseguem se fazer   perceber como criativas e, finalmente, que entendam que globalização não   significa uniformização. 
Depois de apresentar exemplos de   cidades que trabalham o turismo com criatividade, Caio reforçou o   entendimento que está permeando todos os painéis e mesas redondas da   conferência: "O importante é trabalhar o intangível, a cultura e os   talentos criativos do destino". A Copa do Mundo, assim como todos   os  grandes eventos, não passou em branco. O palestrante reforçou a visão   de que essas realizações devem estar a serviço das cidades, e não o contrário.   "Os grandes eventos são efêmeros, e as cidades, permanentes", lembrou. Caio   encerrou citando o poeta Mario Quintana para ilustrar sua apresentação:   "uma vida não basta ser vivida, precisa ser sonhada".
Mantra   - "...O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim,   para que elas venham até você. No final das contas, você vai achar não quem você   estava procurando, mas quem estava procurando por você." Mario Quintana foi   inspiração também para a painelista Ana Carla Fonseca, que definiu o poema   Jardim das Borboletas como o "mantra do Turismo Criativo". Segundo ela, quem faz   uma cidade ser criativa são seus próprios cidadãos. "O que os outros não veem é   porque não estamos mostrando, porque também não estamos vendo, não conhecemos",   afirmou, ao se referir aos traços que são comuns às cidades criativas,   independentemente de seu tamanho. De acordo com Ana Carla, essas características   são a capacidade de se reinventar, de estabelecer conexões entre bairros, com o   ambiente, entre as diversidades, o local e o global e entre o público e o   privado, e o valor que atribui à cultura para estabelecer sua identidade, ativar   sua economia  e criar um ecossistema favorável à criatividade. "O que puxa   o Brasil para cima nos indicadores não são itens como infraestrutura, mas os   recursos naturais e culturais do país",  concluiu.
A 1ª   Conferência Brasileira de Turismo Criativo prossegue à tarde com as mesas   redondas "O Turismo sob a perspectiva da inovação e da Economia Criativa" e   "Turismo Criativo  Uma conversa global". O encerramento será feito com a   leitura da Carta Porto Alegre Turismo Criativo, às 17h30.
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Texto de: Eliana Zarpelon
Edição de: Vanessa Oppelt   Conte
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