Quem possui o hábito de tomar chimarrão sempre pode aprender uma dica a mais sobre a bebida tão popular entre os gaúchos. Um mexicano, então, tem tudo a descobrir. Foi o que fez Cristopher Yerena no Acampamento Farroupilha. Ele procurou o espaço de hospitalidade do projeto Turismo de Galpão e, entre tantas opções de oficinas da cultura gaúcha, optou pela de chimarrão do Piquete Crioulo Mena Quevedo, realizada na noite de dessa terça-feira, 8. Antes de mostrar os passos no preparo do mate, abordar a história do chimarrão, bebida tem sua origem nos rituais xamânicos dos índios Guarinis, o condutor da oficina, Geraldino Afredo Ricardo, destacou o forte perfil cultural que o Acampamento Farroupilha passou a ter nos últimos anos.
Dicas - Devidamente pilchado, o instrutor deu ensinamentos importantes e práticos sobre a limpeza e preservação da cuia e da bomba. Recomendou que, encerrado o mate, a erva deve ser removida da cuia sem muita demora para melhor conservação da cuia e da saúde do mateador, porque a erva perde as propriedade e se deteriora. Outra lição aprendida pelo mexicano foi que para remover a erva usada da cuia deve ser utilizada uma colher, por exemplo, nunca a própria bomba para sua adequada conservação. Finalmente, sugeriu que, depois de limpa, a cuia seja borrifada com erva seca. Segundo Geraldino, isso prolonga a vida útil do porongo e elimina qualquer gosto residual.
Medicinal - A etapa seguinte da oficina foi a preparação do mate, quantidade de erva, temperatura da água e a colocação da bomba. Ao contrário do que muitos gaúchos costumam fazer, a primeira sorvida, sempre com sabor mais forte, não deve ser dispensada. “É no primeiro gole do mate que estão concentradas todas as principais substância benéficas para o organismo”, sentenciou Geraldino, que alinha vários benefícios da infusão: estimulante físico, mental e da circulação sanguínea, antioxidante e antidepressivo, previne gripes e alergia, combate a celulite, previne o diabetes, diminui a absorção do colesterol que está nos alimentos e por aí vai. “Só não venderia erva-mate em farmácias, porque ninguém mais compraria remédios convencionais”, brinca o gaúcho.
Modelo próprio - Yerena, estudante de pós-graduação em Microbiologia, na Ufrgs, desde fevereiro, ficou atento a cada ensinamento. Com colegas da universidade já experimentou o mate, onde encontrou um paladar “novo”, mesmo que um pouco amargo. “Cada um tem um jeito de fazer seu chimarrão, por isso resolvi aprender em uma oficina um modelo padrão para eu fazer o meu próprio”, explicou. Além da cuia, entre os hábitos do gaúcho tem chamado atenção de Yerena o uso do lenço e a vestimenta. “Tenho enviado fotos daqui para amigos e parentes no México, e eles acham aqui bem diferente da imagem que têm do Brasil, que se resume a Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo”, ponderou. A próxima oficina que Yerena irá fazer é de churrasco, nesta quarta-feira, 9, no CTG Tricolor dos Pampas, um dos 40 galpões que oferecem oficinas do Turismo de Galpão.
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Texto de: Eliana
Zarpelon
Edição de: Jandira Davila Feijó
Autorizada a reprodução dos textos, desde que a fonte seja citada.
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